Nos últimos dias, nos deparamos com diversas “figurinhas” no Instagram, o que chamou bastante a atenção dos usuários quanto a finalidade desses símbolos do Ramadan (ou Ramadã).
Muçulmanos praticantes do Ramadan, inclusive, demonstraram insatisfação nas redes sociais sobre o uso indevido das figurinhas, que deveriam ser usadas de forma responsável e respeitosa com os seguidores desse ritual tão importante.
A primeira imagem, representa alimentos ricos em açúcar, o prato com tâmaras e chá, alimentos muito comuns no Oriente Médio e que costumam ser consumidos nos horários possíveis do Ramadan para evitar a queda nos níveis de glicose durante o jejum prolongado.
Já a imagem da lua crescente com as estrelas, está relacionada às noites em família onde ocorrem as refeições após o período de jejum. No entanto, esse símbolo é utilizado no mundo islâmico, como em bandeiras de países muçulmanos.
Por último, a mesquita, é o templo dos muçulmanos, onde ocorrem as orações e encontros religiosos.
Mas o que é, de fato, o Ramadan?
O Ramadan é o nono mês do calendário islâmico e é a época do ano mais sagrada para os muçulmanos, sua data de comemoração é definida com base no ciclo lunar, variando assim ano a ano. Esse ano, as comemorações se dão entre os dias 13 de abril a 12 de maio, no ano passado, ocorreu entre 23 de abril e 23 de maio, já em 2019, de 5 de maio a 3 de junho.
Muito mais importante que a data do ano em que ocorre, são as atividades praticadas por mais de 1 bilhão de muçulmanos que seguem rigorosamente as práticas recomendadas durante esse período, são elas: não ingerir nenhuma bebida ou alimento durante o dia (nascer ao pôr do sol), se abster de relações sexuais durante esse mesmo período, praticar a caridade e ações de generosidade para com o próximo.
Durante esses 30 dias de jejum e oração, os muçulmanos seguem uma rotina bem semelhante: acordam bem cedo, antes do nascer do sol, para fazer a primeira refeição do dia, buscando ingerir grandes quantidades de alimentos ricos em proteínas e tentam consumir a maior quantidade possível de líquidos, pois a próxima refeição será realizada apenas ao entardecer. Quando o sol começa a surgir, todos param para a primeira oração do dia e em seguida seguem com suas rotinas normais de trabalho, escola, afazeres diários, dentre outros. Alguns países reduzem o horário comercial e escolar durante o Ramadan. Ao fim do dia, os muçulmanos realizam a última oração do dia, antes de rezar, eles fazem um lanche chamado Iftar e depois de tudo isso eles podem se alimentar novamente.
Durante esse período, os muçulmanos praticam de forma bem pragmática os 5 pilares do islamismo: fé, oração, jejum, caridade e peregrinação (a ida dos fiéis à Meca pelo menos uma vez na vida, atividade exigida pelos muçulmanos, acontece muitas vezes próximo a esse período).
Ao final do Ramadan, é celebrada uma festa a “Eid al-Fitr”, que esse ano será nos dias 12 e 13 de maio. Essa comemoração costuma ter jantares fartos, reunião de amigos e famílias e troca de presentes, assim como as comemorações de Natal na maior parte do ocidente.
Como o Ramadã tem influência no Comércio Exterior?
O Brasil possui fortes parcerias comerciais com países muçulmanos, sendo o maior produtor e exportador mundial de carnes com certificação Halal, no entanto, as relações comerciais são impactadas durante esse período, visto que a economia dos países também sofre alterações durante esse tempo sagrado, seja com a redução da jornada de trabalho (que costuma ser 2 horas menor) ou devido ao baixo consumo de alimentos por causa das práticas de jejum na maior parte do dia. O melhor momento do ano para exportar costuma ser após o final do Ramadan, pois é quando acontecem as reposições de mercadorias.
Quer saber mais sobre as relações do Brasil com o Mercado Árabe e como funciona a certificação Halal? Acesse https://uxcomex.com.br/2020/09/brasil-e-o-mercado-arabe/