O Banco Central é o órgão que regula as operações de câmbio no país, ele pode deixar o câmbio flutuar livremente ou intervir nas operações. Diversos fatores podem valorizar ou desvalorizar a moeda de um país frente ao dólar, a entrada e saída de moeda estrangeira, balança comercial, taxas de juros, reservas cambiais, crises financeiras e as relações econômicas entre as principais potências mundiais. 

Em 1994, no Plano Real, o câmbio foi fixado junto ao dólar, ou seja, 1 dólar valia 1 real. A partir de 1995 até 1999, o Brasil passou a utilizar o regime de banda cambial, onde o BACEN define uma máxima e uma mínima do dólar. Atualmente, nosso câmbio é livre, porém há intervenções como podemos observar na declaração abaixo do presidente do BACEN, essa prática é chamada de Câmbio Flutuante Sujo.

(O câmbio Flutuante Puro, não há nenhuma interferência).

Na segunda semana de fevereiro, como o dólar operou a R$4,38 frente ao real, o banco central (BACEN) realizou uma operação chamada Swap Cambial (entenda mais abaixo), com o objetivo de conter o dólar. Essa estratégia teve resultados mínimos e o dólar voltou a operar em alta na semana seguinte, e chegou a um valor histórico de R$4,40 na sexta feira (21).

A declaração abaixo do presidente do Banco Central, Campos Neto, foi realizada após, novamente, a alta no dólar.

“Nós estamos tranquilos. Obviamente, sempre que identificarmos um movimento de falta de liquidez, um movimento exagerado ou que Brasil está se descolando dos seus pares ou que começou a influenciar a expectativa de inflação, aí o Banco Central pode fazer uma intervenção”

Mas a qual intervenção ele está se referindo?

O Banco Central, tenta buscar um equilíbrio, o real desvalorizado prejudica as importações, enquanto aumenta o faturamento nas exportações, gerando mais demanda no mercado nacional e consequentemente mais empregos. Por outro lado, afeta o dia a dia dos brasileiros, uma vez que produtos primários podem aumentar o valor consideravelmente, dessa forma sendo repassado ao consumidor final. As formas que o BACEN possui para controlar as flutuações são: 

Swap Cambial

O Banco Central oferece um um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para dar “proteção” aos agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem sua variação do BC.

Venda direta

A vendas diretas de dólar são feitas no mercado à vista – ou seja, é dinheiro entrando no mercado. Os recursos saem das reservas internacionais brasileiras. O Banco Central reluta em utilizar este instrumento para evitar uma queda das reservas cambiais – que são consideradas importantes para evitar uma desconfiança maior.

As vendas diretas tendem a reduzir a cotação do dólar frente ao real, seguindo o princípio da oferta e da procura: quanto mais dólares à disposição, mais baratos eles ficam.

Leilão

Os leilões de linha também são feitos por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista, com recursos das reservas internacionais brasileiras.

Nesse caso, entretanto, os dólares têm de ser devolvidos ao Banco Central nos meses seguintes.

Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco

Kauana tem seis anos de experiência no comex, é formada em Negócios Internacionais e cursa pós graduação em Big Data & Market Intelligence. É criadora da página de conteúdo de comércio exterior, ComexLand, onde escreve sobre economia global e negócios internacionais.

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