A chegada do novo coronavírus obrigou empresas, comércios e fábricas a procurarem estratégias para proteger a saúde dos funcionários e ao mesmo tempo continuar operando.
Uma dessas estratégias é o isolamento em home office. Mesmo assim, algumas empresas precisaram interromper sua produção, processo de compras e dispensar seus funcionários.
Leia: Mudanças que o coronavírus causou em empresas de comércio exterior.
Essa situação provocará uma crise muito intensa no Brasil e em outros países emergentes que não conseguirão retomar sua economia tão cedo. Para muitas empresas sobreviverem a essa difícil fase, será necessário muito planejamento e corte de custos.
Nas próximas linhas, esse artigo abordará de que forma os players do comércio exterior podem reduzir seus custos, e/ou de que forma podem ajudar seus clientes em operações de importação.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”
1- Relacionamento com o fornecedor
Michael Porter, o pai da administração moderna, definiu 5 forças que são parte de um modelo de análise competitiva. Uma dessas 5 forças é o poder de barganha que um consumidor tem perante seus fornecedores, ou seja, qual o poder do fornecedor para ditar o preço e condiçao de pagamento.
Aplicando essa força para o comércio exterior, é essencial desenvolver um relacionamento sólido com fornecedores no exterior, a fim de conseguir melhores negociações, descontos e também formas de pagamento do frete e taxas (collect ou prepaid).
2- Benefícios fiscais
onhecer e aplicar os benefícios fiscais é uma excelente forma de reduzir ou eliminar os tributos de importação. Além dos benefícios já conhecidos como drawback, RECOF, ATA Carnet e outros, ainda há a inclusão de novos produtos no incentivo de Ex-tarifários, e também, durante a crise do coronavírus, a isenção de imposto de importação para produtos de uso hospitalar.
Os agentes de cargas tem o papel de instruir e ajudar os importadores e realizar as tramitações para que isso ocorra com excelência.
3- Consolidação de carga
A consolidação de carga na origem é uma boa estratégia para reduzir os custos logísticos, nada mais é do que utilizar apenas uma parte do container e ratear o espaço com outros clientes ou empresas. Legalmente, essa operação pode ser chamada de:
PIER TO HOUSE: Nessa operação entende-se que diversos exportadores diferentes consolidam a carga na origem em um terminal ou determinado porto, e o container é enviado para apenas 1 importador. Essa operação é muito comum em Cingapura, onde existe a chegada de cargas de diversos países asiáticos para consolidação em apenas um container.
PIER TO PIER: A operação PIER TO PIER, também chamada de Less Than Container Load, indica que cargas de diferentes exportadores e consignatários embarcarão fracionadas em um único container.
HOUSE TO PIER: Essa é a operação inversa ao PIER TO HOUSE, ou seja, apenas 1 exportador envia um container que, ao chegar no destino, será desovado e enviado para diversos importadores diferentes.
A consolidação pode ser considerada uma forma de redução de custos, pois a empresa divide os custos do container com outras empresas, fazendo com que a cobrança das taxas sejam efetuadas a partir do valor do metro cúbico e não do container cheio.
4- Redestinação
A redestinação é a reexpedição da mercadoria para um recinto alfandegado previamente estabelecido pelo importador. Essa operação pode reduzir os preços de armazenagem, uma vez que há a possibilidade de negociar diretamente com o terminal alfandegado, onde há menores custos, comparando com a zona primária.
5- Documentações
A Receita Federal brasileira arrecada bilhões com multas aduaneiras todos os anos, o principal motivo dos autos de infração são erros em documentações como Invoice e conhecimento de embarque (BL e AWB) e omissão de lançamentos no SISCOMEX e mercante.
A partir desses documentos são emitidos lançamentos eletrônicos, dessa forma gerando uma “bola de neve” nos processos de importação. Por esse motivo, é muito importante atenção na conferência das documentações, bem como em deadlines.
Para isso é importante possuir um sistema inteligente capaz de administrar os embarques e seus prazos.
Leia: 3 dicas para não errar na emissão do conhecimento de embarque
Acompanhe o próximo artigo para conhecer mais 5 dicas de redução de custos na operação de importação.
Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco
Kauana tem seis anos de experiência no comex, é formada em Negócios Internacionais e cursa pós graduação em Big Data & Market Intelligence. É criadora da página de conteúdo sobre comércio exterior, ComexLand, onde escreve sobre economia global e comércio internacional.
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