O nosso assunto de hoje é essencial para quem atua nas importações e exportações além de ser de extrema importância para a sociedade como um todo. Cerca de 90% das compras e vendas internacionais são concretizadas através do modal marítimo, sendo assim, qualquer alteração que ocorra impacta diversas empresas, segmentos e países ao redor do mundo.

Desde o início da pandemia, os operadores do Comércio Exterior vem enfrentando fortes problemas com a oscilação constante do frete, que alcançou patamares recordes no último ano. Com as restrições impostas ainda em 2020 para conter o avanço do vírus, muitas cargas ficaram retidas nos portos e foram se acumulando por semanas e até mesmo meses. Todo esse movimento trouxe sérias consequências à logística internacional criando um forte desequilíbrio entre a oferta e a demanda de espaços em contêineres e em navios, e como a lei do mercado determina, quanto maior a demanda e menor a oferta, maior o preço a ser praticado.

Esses efeitos negativos não recaíram sobre as empresas brasileiras apenas, mas de todo o mundo, impactando até mesmo países com economias tradicionalmente fortes e bem consolidadas, que ainda sentem os efeitos da inflação e da escassez de alguns produtos.

Mas afinal, o que acontece para que o valor do frete marítimo internacional oscile assim com tanta frequência? Entenda os principais motivos!

Além da pandemia de Covid-19, que foi o pontapé inicial desse caos logístico, temos também a guerra na Ucrânia que teve início no mês de fevereiro. Desde então, com o fechamento de portos na região, muitos contêineres, cheios ou vazios, ficaram presos no aguardo de liberação. Mais uma vez, a lei da oferta e da demanda se mostrou presente, visto que a falta de contêineres fez o valor do frete atingir novos recordes. Além disso, a grande participação da Rússia no mercado internacional de commodities e de energia para o continente europeu também foram fatores que trouxeram diversos efeitos negativos para o comércio exterior.

Na tentativa de driblar esse caos logístico e em busca de melhores soluções para amenizar os impactos negativos que assolavam ainda mais fortemente a logística internacional, os exportadores e importadores tiveram que traçar novas rotas e recorrer a outros recursos. Uma estratégia bastante utilizada foi o transporte de cargas gerais em contêineres do tipo refrigerado, porém desligados, ou seja, container “Non-Operating Reefer”. O Brasil, por exemplo, é um grande exportador de carnes para a Ásia, e essas precisam ser transportadas em contêineres refrigerados. No entanto, a maioria dos produtos que importamos da China e região não precisam ser refrigerados, e na falta de contêineres disponíveis no mercado para transportar essas importações, os armadores alocaram diversos tipos de cargas em contêineres do tipo refrigerado desligado.

Outra opção bastante utilizada foi o frete aéreo, que apesar de ser um modal de alto custo, é essencial para importadores ou exportadores que precisam de entregas com urgência. Sendo assim, a instabilidade do frete marítimo fez com que muitas empresas sondassem e optassem pelo aéreo a fim de ganhar mais tempo nas operações.

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