O dólar chegará a R$6,00? Essa pergunta é feita diariamente por profissionais e entusiastas do comércio exterior brasileiro. Algumas companhias de transporte já estão vendendo a moeda estrangeira a um valor superior a R$6,00 isso graças ao spread incluído no valor da moeda.
Reprodução: Exchange Rate MSC – 27 de abril de 2020.
Mesmo o Banco Central realizando diversas operações ao longo do mês para tentar conter uma nova alta da moeda, o real continua a se desvalorizar frente ao dólar e permanece batendo recordes históricos (valores não corrigidos pela inflação).
Entenda: Como o governo pode intervir no dólar.
A instabilidade política, a queda do valor dos barris de petróleo e a pandemia COVID-19 são alguns dos motivos que fizeram o dólar disparar na última semana.
Após a saída de dois ministros do governo e a especulação de novas saídas, a moeda brasileira se desvalorizou. Isso ocorre porque quando há instabilidade política são reduzidos os índices de confiança estrangeira no país, assim diminuindo os investimentos externos.
Durante a crise, investidores estrangeiros deixam países onde há mais riscos e passam a investir em países com a economia mais sólida e que possuem histórico em superar crises. Como é o caso dos Estados Unidos, que mesmo sendo o país com mais infectados, conseguem valorizar a moeda. Assim, em tempos de crise enquanto no Brasil o real se desvaloriza, o dólar é valorizado pela credibilidade econômica do país norte americano.
Com a brusca queda nos valores dos barris de petróleo, houve a desvalorização da moeda de diversos países emergentes, onde o Brasil foi o mais prejudicado. Além do petróleo, os preços internacionais de commodities caíram, prejudicando a balança comercial brasileira, que além de vender a preços mais baixos, tem a demanda reduzida.
Respondendo a pergunta do título do texto, “Até onde chegará o valor do dólar?” é possível analisar que esse resultado dependerá de como se dará a queda do número de casos da pandemia no Brasil e no mundo, a estabilidade política nos próximos dias e o equilíbrio entre oferta e demanda de commodities, assim como do petróleo.
Portanto, com os juros baixos e crescimento não satisfatório, haverá dificuldade na valorização do dólar, e mais do que nunca os players do comércio exterior terão que se reinventar e aproveitar setores que estão em alta, mesmo com a crise atual.
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Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco
Kauana tem seis anos de experiência no comex, é formada em Negócios Internacionais e cursa pós graduação em Big Data & Market Intelligence. É criadora da página de conteúdo sobre comércio exterior, ComexLand, onde escreve sobre Economia Global e Comércio Internacional.